sexta-feira, novembro 10, 2006

a reserva dos Marialvas


Estive finalmente neste ano na tão famosa e apregoada feira da Golegã. E a aquilo sim... montes de garbosos cavaleiros e amazonas, bifes e oui-ouis em dose industrial e cheios de dinheiro ou aparência, pelintras e gazeados. Cavalos pequenos, grandes, pretos, brancos, castanhos... enfim uma festa do Ribatejo das lezírias e dos latifundios com dois apelidos no nome.
Dei assim de caras com o outro Portugal. O tal que não se revê nas Expos e Euros04... que aprecia as coisas boas da vida: os cavalos e o seu porte, as amazonas fashion, os negócios de cavalos entre uma morçela e duas castanhas.

Claro está que por trás deste cenário vistoso... que atrai milhares de visitantes está uma máquina que serve para comercializar os animais para quem pode... e as sensações equinas aos (maioritários) restantes que deambulam entre os estábulos dos bichos e as bifanas e coiratos oferecidas por entre as bancas da feira, num chão cheio de merda de cavalo.

Assim a Golegã não é só a capital do cavalo, mas também do espécime português mais raro e difícil de qualquer freak-show: o Marialva.

P.S.: Portugal dos pequeninos: em Portugal não é permitido a um menor andar de motocicleta, mas pode andar no meio de uma multidão montado no seu cavalo de 300 Kg

P.S.2:Portugal dos Grandes: na Golegã, a ASAE revistou os vendedores na feira à cata de comida estragada ( no meio da autorizada e sanitária merda de cavalo no chão), e de contrafacções aos ciganos. Não vi no entanto ninguém da DGCI a controlar os negócios "cavalares", feitos entre digestivos e com o apoio da tenda móvel da C.G.D.